Entre o mar e a lua

 
És lua em um céu nublado
Emprestando teu brilho
Ao firmamento para que
Alguns poucos vejam
Teu reluzir, e tampouco
Desistam do medo
De se desiludir...
 
És fúria como em um mar
Trazendo angústia e a levando
Num balançar de ferocidade,
E como se não bastasse,
No rugir da nascente solar...
Me devolve,
Me envolve,
Me dissolve em desejo,
De provar tua vivacidade.
 
És amor como em um poema,
Onde não se questiona ou teima,
Apenas se aprecia e se queima,
Com uma forte chama
Que te inflama,
E numa cama,
Atinge o ápice,
Desfaz-se em cinzas.
 
E renasce no éter do coração apaixonado,
Que por ora estava amargurado,
Mas agora põe novamente a olhar um céu nublado,
Num mar de fúria,
Com o amor como sua pior e maior loucura...

Luan Mordegane Pupo
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