Uma flor surge do nada e o nada é tudo.
Ela consome nosso ar, purifica e engrandece.
Por meios oníricos não há estigma de amor,
Sem os anseios de uma paixão intensa.
Seu cálice ávido e desamparado
Busca novos ventos no olfato que nos guia.
No entanto a paisagem é a mesma:
Perdida, encontrada e camuflada nas milhares.
A flor morre e se perde em nobreza,
Lança sementes para escolher a grandeza,
Mas depende inteiramente da seiva
Para se sentir uma flor esbelta em sua leveza.
Esta flor é uma espécie rara do seu gênero,
De hábitos epífitos que vigoram
Mas que infestam o que lhe sustenta.
É parasita do amor e da paixão sem escrúpulos.
Estas flores não nos fazem salivar para saciar sua sede.
Não trememos de emoção e nem palpitamos de desejo, ao fim.
Salivamos pela sede de viver a cada dia sublime.
Trememos e palpitamos quando condenamos a nós mesmos.
Estocolmo, Suécia
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