O Esquelético Barrigudo


 
A falta d’água
Que alimenta e regenera a calma
Assusta na lama e franze a testa
Rasgada, ela menstrua entre os pensamentos
E nas emoções que não se sentem mais
 
Numa praia de ilusões
As ondas me acorrentam
Mostram toda a verdade, mantendo a vida muito (en) (des) graçada...
 
Quando as nuvens se abriram
No solo derreteu-se a vontade de existir, mas fez sorrir...
E levou ao fumo o espanto da terra, um monstro
Ou mais um soldado sentimental solitário
Que chora, sem vergonha, por ter medo de estar sozinho...
 
Tão continental quanto a sua velha pieguice
Sem ser esquecido
As coroas dos reinados passados
Agora são vendidas em mercados baratos
E nas vias crucias
Escorrem pelas sarjetas junto ao sentido das coisas
E agora, desgovernado, rua a fora
O verso parece com o inverso
Impolido e Grosseiro
 
A alguns passos do suicídio
Nada e Tudo ínsita a pensar
Estar (in) feliz no agora e quando as coisas acabarem sem últimas chances
Jogar-se-ia dentro de um coquetel químico letal e solene
 
Antes disso, brinca de soletrar e redimensionar palavras
Esquecendo de senti-las (?)
Totalmente (in) satisfeito com as conclusões...
Afasta-se lentamente da praia
E agoniza ali, nas agulhas, antes que chegue a casa.
 
CA-K:
17/07/2008

 

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CarbonKid87
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