A Solidão do Poeta


Rebelado, indignado,
Lá vou eu ao relento,
Derramando lágrimas ao vento,
E só ele, meu caro amigo vento,
As enxuga,
Se eu, mas um solitário,
Que na sina ferida da existência,
Apenas o vento possuo.
 
Não tenho de ninguém afagos,
Apenas olhos fechados para mim,
Pelas calçadas, pelas ruas,
Onde perambulam musas,
E o meu alarde era as possuir.
 
De nada valem os versos,
Se é a única arma que eu, poeta,
Empunho nas mãos,
Se o mundo desfaz o meu verso,
E ele, inverso de meu verso conclama,
Não é assim que se cura tua solidão.
 
Está bem claro poeta irmão,
Na pura gíria popular,
Esvazia o teu coração,
Enche teu bolso,
E vai sambar,
Porque o Brasil é o país do samba.

Rodrigo Cézar Limeira
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