Às vezes, fico assim, à ver navios, que nunca ancoram no meu porto. Passam longe, misteriosos, levando seus segredos, trazendo uma vontade tresloucada de com eles navegar. Só às vezes...                     
            Miss

Calada

Às vezes,
Só às vezes,
No amanhecer dos meus dias,
Por mais que tente,
Me esforce,
Não vejo palavra alguma
Para uma poesia.


À minha frente,
Reversos,
Desassossegos
E medos.


Não,
Meu coração não aceita.
Cai-me a caneta da mão.


Pergunto então...
Por onde anda a alegria,
A luz,
A mais louca fantasia
Que dá a mim energia?


De versos me vejo vazia.


Calada,
Sem meta,
Sem direção,
Ainda assim,
A minha alma caminha.

Maria Isabel Sartorio Santos
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