A UM POETA ANTIGO

 

 

Agora, sua cabeça está branquinha

Como um cândido floco de algodão;

Dentro da sua alma também se acarinha

A encantadora fada da fatídica ilusão.

 

O enfado que a fantasia nos definha

Já não lhe alcança o sutil coração,

Que arrulha airoso como a avezinha

Quando se abeiram as tardes de verão.

 

Fausto poeta, que pela vida afora,

Elevastes em poemas celestiais

A pungente beleza que o viver decora.

 

Entoai um canto, não silencie jamais,

Que a vossa existência é uma eterna aurora,

Reluzente de sol, de amor e madrigais.

_______________________________________________

 

O advogado, político e poeta acreano José Guilherme

de Araujo Jorge (1914-1987) ou, simplesmente,
G. de Araújo Jorge, foi conhecido como o Poeta do
 Povo