A passos lentos,
caminho meu caminhar
tateando, em busca da felicidade.
O peso dos anos idos que carrego nos ombros, tenta me reter.
Calada, saudade vai ao meu lado.
Curiosa, a criança que em mim habita, pergunta:
Quem ela é?
Onde vive?
Quando?

Meu olhar, turvado pelas lágrimas da esperança, responde:
Felicidade?
Já tive.
Perdi.
Ando em busca dela.

Em vão, quando nos encontramos, tento segurá-la,
mas sempre me escapa pelos vãos dos dedos.

Não, não se assuste!
Felicidade, é um instante.
É volúvel.
Impaciente.
Incontrolável.
Inconstante.

Quando choramos sua perda, se mostra zombeteira...
- no riso da criança,
- nas mãos dadas que correm na areia da praia, pensando que nunca vão se soltar,
- no sabor do alimento e no gargalhar da família, em volta da mesa na ceia de Natal,
- nos corpos que se buscam e se afagam na relva, sob o olhar do luar, sem saber que será a última vez,
- no flash do olhar do fotógrafo, que tenta roubar da natureza, sua beleza,
- no palpitar no peito do poeta, quando rabisca no papel o último verso do seu poema.

Felicidade, é assim.

O que tem que fazer,é vivê-la.
Fazer de cada instante, sua eternidade.
Sorrir para a criança, o jovem, o idoso e dizer:
Só vai encontrá-la, se permitir que seus sonhos caminhem ao seu lado.
Por que nesse ciclo que se chama vida,
só vai encontrar a alegria de viver,
a verdadeira felicidade,
quem por ela lutar.

Maria Isabel Sartorio Santos
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