Uma dor que o médico não pode diagnosticar
uma doença que o remédio não pode curar
um estado de espírito , que não quer passar
um passado que insiste tanto, tanto em ficar,
É o duro presente que aqui não pode estar
é o futuro que o ser se recusa a encarar
uma alegria que não consegue se alegrar
uma recordação que o peito teima em lembrar,
É o sabor apreciável que fica no paladar
o gosto mais gostoso que não se pode provar
o tempero cheiroso que não se pode eperimentar
o manjar preferido, que não se pode mais degustar,
É o sorriso discreto, por trás da boca escondido
o olhar sereno, que tanto já foi descontraído
o semblante introvertido, em meio a toda euforia
uma lembrança constante, que quase vira mania,
É uma peripécia que fica gravada na mente
a verdade de quem quer enganar a gente
a lágrima que denuncia o sorriso que mente
a indiferença que trabalha num peito dormente,
Sinto saudades de um tempo distante
daqueles que na minha vida foram marcantes
de coisas simples ou de outras importantes
e até do presente, quando saio em busca do bastante,
Não importa o tempo, menos ainda a temperatura
o peito sangra lentamente em qualquer idade
uma enfermidade que não mata mas não tem cura
eis a minha simples definição da palavra SAUDADE.

Joaquim Jose Tinoco de Oliveira
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