(Minha homenagem ao poeta Manoel de Barros)

 

Homens de lata

subiram o morro,

invadiram as casas

para "pacificar".

 

Havia um desvio de pássaro em seus olhos.

Enquanto analisavam o espaço devagar,

nele amurou-se uma lesma fria,

daquelas que incidem o luar.

 

Ao ver o bandido caído na beira,

sobre um tronco rugoso vestido de poeira,

 escorreu um limo em sua boca de asneira.

 

Deseja morrer por não ter

um pássaro deitado em seus joelhos.

pensa em sorver o arrebol...

 

O Homem de Lata

traz a condição de lata,

mas tem beirais de rosa

remendada de sol.

Mirzem
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