Se observarmos pela dança das cadeiras existentes nos governos mais recentes, vamos nos defrontar, aparentemente, com a máxima " mais do mesmo", o que não é real. Se precisamos de forças tidas como conservadoras para dar sustentação ( e não é de graça) aos governos, os chamados fisiológicos, ou seja, os que fazem a máquina funcionar dentro dos legislativos (Senado e Câmara Federal), poderemos chegar à ingênua constatação: tudo continua igual, ganhe quem ganhar, ou ainda, vamos mudar de nomes no Executivo, ficará tudo por isso mesmo... Ledo engano. Se é verdade que forças conservadoras, alimentadas com cargos e benesses entulham a máquina pública, antes é produto de nossa débil e interrompida democracia, e tais nomes representam, ainda, o atraso do discernimento de um povo politicamente inculto. Ocorre que no presidencialismo, a tônica, ou o direcionamento ideológico e político, emana do Executivo, cabendo o convencimento com tais forças que se hospedam nas citadas casas legislativas . Infelizmente a adoção de tais políticas encontram resistências diante a blocos de interesses difusos, quando não bem pessoais. Assim, como ouço dizer, tanto faz elegermos A,B ou C, todos ficarão reféns dos mesmos. Aí entra o conteúdo político, ou ideário que queremos, a visão de Estado que escolhermos. Aécio e Marina, nesta disputa, não se diferenciam, Marina porque foi guindada à candidata por fatores supervenientes, a tragédia de Eduardo Campos, mas o que demonstra que ela só tem intenções e não, necessariamente um programa seu, planejado pelo que poderia ter sido a sua frustrada REDE. Aécio já conhecemos seus propósitos, os alinhamentos políticos e ideológicos com os EUA, seguindo a linha de FHC. Lula e Dilma abriram o leque da nossa política externa, não abominamos os EUA, a primeira economia do planeta, nem seria aconselhável, mas nos desgrudamos de sua dependência; antes, um resfriado no Tio Sam era pneumonia para nós, o mesmo em relação aos países da europa ocidental, continuamos com eles, mas não só com eles. A insistência de termos um assento junto às maiores economias não foi um fetiche ufanista, mas uma necessidade de nos situarmos como uma potência emergente, uma liderança inegável no bloco Merco-Sul, um país de extensão continental. Ao nos expandirmos em nossa política externa conquistamos mercados novos, ampliamos nossas exportações, criamos novos laços de parcerias, incluindo a África, a Europa oriental, a Ásia e o Oriente Médio, passamos a incomodar nossos velhos tutores, inclusive com o recém criado Banco de ajuda mútua junto aos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e Àfrica do Sul), nós que sempre vivíamos de pires junto aos organismos internacionais como o FMI e o Banco Mundial. Com as riquezas de nosso subsolo, com o advento da descoberta da camada do pré-sal, por exemplo, bem como pela nossa diversidade territorial, com nossos minérios, flora e fauna, investem naqueles que possam representá-los, através do decantado ESTADO MÍNIMO, ou seja, caso ganhem seus tutelados, ficarão com o filé, através das privatizações, como já o fizeram antes, através do PSDB, e deixarão a parte deficitária aos encargos de um Estado dependente e exaurido financeiramente para ditar seu próprio destino. Portanto, se forças conservadoras migram de governo a governo, e o farão, infelizmente, por muito tempo, não significa que devemos ir ao voto com desdém, como se fôssemos cumprir algo imposto, e sim para decidirmos que País pretendemos, o de ontem, submisso, ou do futuro como emergente nação diante à comunidade internacional, em proveito de toda a sua gente.