Eu queria ler alguns poemas de amor

eu queria ler alguns poemas seus

O Vazio

Luiz Domingos de Luna
www.revistaaurora.com

O Vazio não pode ter nada
Se tiver algo, ele está ausente.
Na plena ausência está presente
Antes do ponto ou depois da disparada?

O Vazio não pode ser conceituado
A Noção que se tem é dogmatizada
A ausência é a presença do não chegado
O Vazio não tem uma lógica estruturada

O Vazio não pode ser preenchido
Preencheu o vazio, ele sumiu.
Sumiu-se, ele nunca existiu.
O Vazio está escondido?

O Vazio quebra a existência
Quebra a matéria e o tempo
Não pode ter momento
Existe no cosmo? Ou na inteligência?

Como encontrar o vazio?
A existência toma seu espaço
Ou ela está em pedaços
A ausência de tudo. Quem já viu?

O Nada absoluto. Plena Garantia
Sem buraco negro, sem quasares.
Sem o avesso da matéria
Sem o avesso da energia
Sem átomos, sem moléculas.
Sem luz, sem escuridão.
Um vazio perfeito
A ausência da existência
A Luz da criação!

A Construção do Eu

Luiz Domingos de Luna
www.revistaaurora.com


A cada dose um contentamento
De uma vida a apreciar
Numa escala a determinar
O tipo de comportamento

Uns a forma o juramento
Outros a matéria a clamar
E os da alma a cantar
A voz do ego o pensamento

São corpos dobrados ao vento
Na dimensão do espaço
O intelecto de aço
A fazer questionamento

Um mundo a semente
Sem depender da paisagem
É sempre uma passagem
Do corpo, alma e mente.

Qual vetor determinante
Dos três fragmentos
Uma vida de argumentos
Na matéria, o mundo dominante.

São vidas alinhamentos
Em linhas determinadas
Cada qual em sua estrada
O Viver a cada momento

Ou tem que somar tudo
Provar a dose em separado
De um mundo agrupado
A cada gosto um fel dobrado
Ou o brilho do mel achado
De um novo ser em movimento.

Aurora, uma janela para o céu

Luiz Domingos de Luna
www.revistaaurora.com

Pedi permissão ao tempo
Nas asas do pensamento
Voando vai minha ilusão
Pelos caminhos obscuros

Da minha história esquecida
Momentos de vida vivida
Na mais linda sedução,
Pois ainda em tenra idade

Deixei minha cidade na construção do meu futuro,
Sonhei, lutei, na selva humana,
ganhei o meu troféu de herói,
construi minha cabana tenho o meu transporte
meu trabalho é o suporte da minha vitória suada,

Neste pais eu andei, ralar como eu ralei, lutar como eu lutei dia e noite, noite e dia, busquei no íntimo de minha alma, a estabilidade sonhada
Na poeira de uma estrada que ainda hoje percorro.
Hoje vivo nas metrópoles, nos mais diversos lugares,

Adquiri meu espaço com a força da determinação do aço,
Já me vi em pedaços, mas hoje a minha força é a vitória do que faço.
Consegui o que queria numa luta bem renhida,
Luta que se renova no amanhecer a cada dia.

Sou um aurorense firme, tenho a minha própria história
Na janela da memória vivo a minha própria emoção
Em ver minha querida cidade respirar o hálito oxigenado,
Que ao mundo me trouxe a luz, na grandeza do momento,

Em meu apartamento a lembrança me seduz,
Do rio salgado, as cachoeiras, na beleza de nossa feira,
Do caldo de cana ao aluar, da tapioca ao beiju
Do melaço da rapadura ao canto do sabiá,

Naquelas noites estreladas os fogos, reisado,
O apito do trem, as missas bem demoradas,
As renovações bem tiradas, as serenatas cantadas.
De manhã a passarada num canto de louvação.

Aquelas horas batidas no sino bem compassado, era sinal de finados,
Ou o repique tocado de um anjinho que ao céu subiu,
Todos para a ABA numa inocência fecunda
Tinha quadrilha, arrasta pé, ao som de uma vitrola, era uma festa junina,

Tinha bandeira, tinha roça, tinha quermesse, e quadrilha, broa de milho, quebra-queixo, pão de ló, tinha desfile.
Nesta janela, eu vivo o tempo que não passou, pois ser aurorense é preservar a sua história.

Guardar no canto da memória o seu lindo e singelo amor,
Um amor a toda hora, que em todos nós aflora o cheiro forte e polido

Fonte:http://www.folhadocariri.com.br/colunas/JoseEdson.htm

A Busca

Luiz Domingos de Luna
www.revistaaurora.com


A Alma humana a buscar
A todo e qualquer momento
É uma força ou um sentimento
Que nunca pode parar

É incrível o aprimoramento
Que precisa aprimorar
O pensamento a vagar
Em um novo firmamento

Seja qual for à maneira
Tem que modificar
Pois está no DNA
É uma seqüência inteira

Tudo a repensar
Nada está concluído
É como um fluido
Em constante derramar

Talvez o eixo da dúvida
Esta procura, enfim.
Nada tem um fim
É o sentido da vida

Parar um instante
Isso nem pensar
A busca sempre a buscar
É uma corrente andante.
Aonde vamos chegar?

Fonte: http://oglobo.globo.com/servicos/blog/comentarios.asp?t=nosso_planeta&cod_Post=108198

A Tela de Compostela
Luiz Domingos de Luna
http://www.revistaaurora.com

Matéria no corpo diluída
O Espírito a chama clarear
Contorno de tudo a acentuar
O Equilíbrio da alma indefinida

A estrada da poeira percorrida
O Peso da história a carregar
Andarilhos pelo mundo a vagar
Corpo dilacerado, carne dolorida.

Busca da grande interrogação
Indagação ao humano, toda hora.
Pergunta sem resposta, que aflora.
Na caminhada, da caminhada - a imensidão

A fadiga corrói o corpo fraco
Na tela do ferro a rasgar
O corpo humano a sangrar
Na busca da infinitude do aço

Em pedaços a matéria a chorar
Clamando o grande encontro
É o homem, é o outro, é o espanto
Que no final tem que juntar
Carregando em um só corpo o mistério
Destes fragmentos em um só “eu” aglutinar
fonte:http://mesquita.blog.br/luiz-domingos-de-luna

A Miragem
Luiz Domingos de Luna
www.meninodeusaurora.com.br


É muito fácil observar
A presilha dos seres humanos
Sentidos, prazeres, desenganos.
Uma paisagem a embelezar

Tudo parece um sonho
Emoções sentimentos
Um corpo lançado ao vento
Na busca de um mundo risonho

Cada um num carrossel a girar
O filme da vida pontuando
O Futuro ao presente ocupando
O Passado a história registrar

A maquina humana em movimento
Os líquidos internos em plena ação
Uma desordem que vai parar-Pena
Deixar a cadeira, para outro ocupar.
É um show com tempo determinado
É Viver plenamente a emoção?
É A razão e emoção conjuntamente
Ou o grande parque da Ilusão ?

Espaço de luz!

Luiz Domingos de Luna

Uma idéia nasceu
Percorreu o espaço
Sinto o que faço
Já não sou eu

A obra que rola
Na esfera social
No arremate final
Parece uma bola

Cada chute uma pancada
-O Público já analisou
Pois, ele é sempre o senhor.
Da obra que foi criada.

Estrada corrente de dor
Cada letra uma pisada
Toda linha esmagada
Na lógica do leitor

O Conjunto é uma esfera
De vértice quebrado
Ou tem giro acelerado
Ou o motor emperra

Passar no crivo social
Num filtro bem condensado
Na página, tela, lixo ou lado.
O Poema tem seu final.

Site: www.revistaaurora.com

Palco Iluminado
Luiz Domingos de Luna
www.revistaaurora.com

Em cada sonho uma fantasia
Que percorre o pensar
No momento a gritar
Força que extasia

Girando no encanto da vida
Um gesto nobre propicia
Na luz que irradia
O instante eterno se fia

O cenário todo florido
Uma paisagem a contemplar
Um universo a pensar
No tempo um fluido

Que teima em derramar
Gotas de um sereno
Um incenso ameno
A existência contagiar

Interação perfeita
Arquitetura social
Beleza natural
Obra prima feita

Cada ser é arquiteto
Que a história aniquila
É o sonho da vida
Inacabado um projeto

Um projeto inacabado
Que falta ser decifrado
Ou um palco iluminado
Explicação buscando?