O tempo não cura tudo não... aliás, desconfio que ‘só o tempo’ cure alguma coisa!

O tempo não cura tudo não... aliás, desconfio que ‘só o tempo’ cure alguma coisa!

É muito curioso como desde pequenos, muitos de nós aprendemos que “o tempo cura tudo”, e talvez esta afirmação faça com que fiquemos inativos em alguns momentos, “esperando” este tempo que nunca chegará ao seu término. Pode ser a dor de um luto, de um amor que acabou “do lado de lá”, de uma finalização completamente contrária à nossa vã imaginação e expectativa, não importa. O tempo não vai curar nada, se só ficarmos esperando este desfecho “fácil” sem qualquer movimento da nossa parte. O que cura é a ação, o movimento que fazemos em nós em busca de sairmos daquele estado de apatia! Se estivermos em luto, o que cura é conseguirmos agradecer o passado havido do jeito que foi, sem “e se” nos questionamentos. Pronto! Já foi do que jeito que foi, agora e prosseguir com o que “temos em mãos”. Lamentações carregam a situação para um caminhar inverso ao desejado. Não querer tocar no assunto, é o mesmo que limpar uma sala colocando a sujeira embaixo do tapete e dizer que “está tudo limpo”. Somos todos capazes de ultrapassarmos as fases que a vida nos apresenta, mas só com ação superaremos os dissabores. Este trajeto é um tanto espinhoso, mas acreditem, ele é libertador! Não adianta não fazer nada e esperar “a cura” que só o tempo não trará. É verdade, algumas vezes leva tempo para mudarmos de fase, e daí, dá-se a impressão de que o tempo cicatrizou, mas a real é que cada um tem seu tempo para digerir os eventos, e este aprendizado é personalíssimo e intransferível! Posso estar anos-luz na resolução de uma situação, a “tirando de letra”, e em outras situações, estar “engatinhando” sem conseguir me expressar, pois não sei nem como fazer isto ainda. A vida é surpreendentemente curiosa, e nem tudo conseguiremos entender, tanto faz, o que importa é estarmos atentos e dispostos a agir, pois o movimento é o que dá tom à nossa existência cheia de curvas sinuosas, caminhos estreitos, vias de mão dupla, mas nunca rua sem saída. Vamos aproveitar a jornada e seguir em frente, pois o que costuma cair do céu é chuva!

Ana Luiza
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“Viver é como andar de bicicleta: é preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio.” Albert Einstein

Ana Luiza Alves Lima
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