Chove!

E o silêncio do meu quarto é quebrado

Pelo ruído dos pingos no telhado.


Chove!

E a tristeza que de mim se aproxima

Tem em você a razão que dizima.


Chove!

E o vento frio que entrou pela janela

Me fez lembrar de nossa noite triste, aquela,

Em que o mundo parecia terminar...


Chovia!

Você chorava, soluçava e eu sorria

Pois o seu pranto, acalanto, me aquecia

E eu morria na saudade que nascia

Da incerteza, da beleza de um olhar...