SEU ÚNICO ABRIGO.

Aquele homem esquálido,
Sentado no degrau da escada
E por ninguém notado,
Já foi na sociedade figura destacada.
 
Quis o destino que ele hoje seja assim,
Uma criatura andrajosa, um mendigo,
A vida à suas posses castigou-o com fim,
Nada lhe restou sequer tem um amigo.
 
A causa de tudo foi à morte da mulher amada,
A ausência dela em sua vida levou-o a loucura
E por ter pelo destino sua felicidade dilacerada,
Teve o infeliz cidadão a insanidade por clausura.
 
Terá ele lembranças, saudades na sua insanidade?
Não creio que mereça tão cruel castigo,
A loucura não lhe permite viver a realidade
E ainda bem porque ela a loucura, é seu único abrigo.

Seria a loucura um refúgio para o sofrimento e a dor da desventura. Sábia seria a natureza se valer de tal artifício para amenizar a desventura do infeliz.

Em manhã sem sol.