Gostaria que essa coisa
Que se chama de paixão
Brotasse assim sutilmente
Dentro do meu coração.
Que este coração de pedra
Ou de gelo que é o meu
Encontrasse de repente
O amor que ninguém lhe deu.
O tempo vai passando
Os anos vão e o amor não vem
Acho que meu destino
É nunca amar ninguém.
Vejo a vida passando
E o meu coração gelado
Que não sofre por amor
Mas por nunca ter amado
Uns amam ardentemente
E tem que se separar
Muitos sofrem porque amam
Eu sofro por não amar.
Se eu morrer bem velhinha
E o amor não conhecer
Escrevam em minha lápide
Aqui jaz uma pessoa
Que viveu só por viver.
Marla da Matta
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