Em manhã fria pela reta infinita
Avanço em direção distante
Dos olhos de quem a vida
É parte do meu instante
 
Minha alma, sempre aquecida
Colada ao motor inquietante
Roncando pela estrada acima
Perfurando meu futuro adiante
 
No retrovisor, a saudade me veste de solidão
Rasgando o asfalto montado em duas rodas
Que me levam ao destino incerto desse chão
 
Às vezes sol, outras, chuvas de verão
Encharcando os versos e minhas prosas
Quando o novo faz pulsar meu coração

 

 

Murilo Celani Servo
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