A falta que me fazes

Ontem, a falta que me fazes
Avolumou-se feito as cachoeiras do Niágara
E invadiu-me todas as margens
Do sentimento e a razão ficou rasa.

Por isso ficou minúscula a minha casa
E apertados, insólitos os cômodos,
O peso da saudade sobre meus ombros
Sucumbia-me; eu, um condor sem asas.

Nunca me sentira, por fora, tão pequeno
Com, n’alma, um vácuo imenso, eloqüente.
Eternas as horas, porque estavas ausente.
Tornei-me raízes de tamarindo sem terreno.

Curitiba, 25/08/2003