Andar de cima, os montes Sérvios abaixo de meus olhos contemplo a experiência sucumbida nos escombros do que outrora fora um lar, oitenta e sete anos, mãos enrugadas dedos feridos escavam entulhos a procura do que comer, ela tinha traços de quem teve juventude próspera e  saudável .
Já não havia revoar dos pombos, pois a muito se foram a saciar a fome de um povo deserdado e lançado a própria sorte por conta de guerras estúpidas e sem sentido, alguns camundongos ainda restaram, iguaria rara por aquelas bandas, mas era difícil capturá-los são muito rápidos,
 É comum ver matéria publicada em revistas famosas onde, as modelos de mulheres lindas comem quase nada, e desse pouco, ainda vomitam só para manter uma aparência do que a sociedade taxa de exemplar perfeito.
Teria o mundo perdido às referencias de valores!
Ou será que um vórtice atemporal o envolveu distorcendo as mentes e reordenando-as a um paradoxo sem valor!
Não se divide mais, acho que esqueceram essa aula na faculdade da vida, onde só a soma, a multiplicação ambiciosa e pessoal é que conta
Certa vez parei frente a uma casa de lanches e pedi um refrigerante, fazia calor na ocasião, foi quando um mendigo pediu que pagasse um lanche a ele, mandei que o atendente “dono da tal casa” lhe desse o lanche que eu pagaria, ar debochado, austero fez-se inerte ao meu pedido, percebi que deveria reformular o pedido, mostrei-lhe o dinheiro e pedi que me desse o lanche.
De pronto pôs-se a me atender não se fazendo de arrogado, passei para as mãos do faminto com agrado, ele agradeceu e caminhou rumo a um grupo de quatro mendigos que estavam sentados a beira da calçada,
E foi quando o surpreendi dividindo o lanche com todos, sobrou uma pequena porção a qual comeu com alegria.
Movido por uma ira proposital indaguei, porque você dividiu com eles? Comprei pra você!
Então ouvi de sua boca a seguinte frase;
“Eles também têm fome”
É realmente um paradoxo, mas não posso parar quando há muito por fazer
Continuarei minha jornada tentando alcançar outro andar
Espero quando chegar ao topo possa ver-te de consciência tranqüila
Por não ser mais um a somar de muitos que são nada.
A voz que cala mediante o que os olhos vêem, e não revela as intenções do coração, falam do caráter mesquinho e miserável a que está acostumada.

a voz que cala diante do que os olhos vêem e não revela as intenções do coração, falam do caráter miserável e solitário a que está acostumado.

monte proximo ao meu lar onde o refugio me inspira

Pedro Peres
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