Trauma de carnaval

 
Carnaval é tempo de sorrisos, farras e alegria,
Mas depois de um dia
Tudo mudou, e eu acabei pegando um trauma que jamais apagarei da memória,
E é assim que começa minha triste história:
 
Conheci uma garota num bloco de carnaval,
Era uma mulata linda, e tinha um corpo sensual.
Ao ver ela sambar, já gamei no seu gingado.
Nem conseguia piscar quando ela dava seu rebolado.
 
Mas eu nem sabia o que falar pra ela,
E mesmo bêbado, tomei coragem e fui falar com ela:
“com licença moça, será que você poderia dar pra mim?”
A pergunta a deixou nervosa,
E ela me respondeu furiosa:
“escuta aqui bebum, você tem que me respeitar!
Vê lá se isso é coisa pra se falar”.
 
Eu logo percebi que ela ficou furiosa com meu linguajar,
Mas eu tentei me explicar:
“calma moça, não é isso que você está pensando, não!
Na verdade, eu queria que você me desse o seu coração.
Isso não passou de uma simples cantada de carnaval,
Por favor, não me leve a mal!”.
 
Mal acabei de me explicar,
E veio um fortão querendo me socar.
Ele nem quis saber de papinho,
Foi me dando socos e pontapés até eu ficar roxinho.
 
Depois de me espancar, ele disse:
“isso é pra você aprender a não cobiçar a mulher dos outros, seu lazarento!”.
Depois os dois sumiram no meio da multidão.
Mas o que mais me machucou naquele momento
Foi o desprezo daquela mulata tesão.
 
Depois desse terrível acontecimento
Nunca mais sai na rua pra pular carnaval.
Peguei um baita trauma daquele lazarento
Que me deu uma surra sem igual.
 
Nunca mais vi também aquela mulata que mexeu com meu coração,
Ela não entendeu que minha brincadeira foi sem intenção.
Não sou de ficar jogando praga nos outros, mas desde aquele instante
Torci para que aquela vaca se fudesse bastante.
Anos depois, aquele fortão morreu numa briga de bar,
E meses depois, a mulata acabou sendo estuprada e morta em seu próprio lar.

Primão
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