Prometem, prometem

Prometem vidas cor-de-rosa
Nos jardins do Paraíso, e  anjinhos,
Nus ou mal vestidos, 
Mal alimentados,
Cantam hossanas
As vezes que for preciso
Pelos bens recebidos,
Mas quando caem na realidade
Já não vêem o ceú azul,
Só o negro da tempestade,
Mas ouvindo sempre
Celestial prosa
De quem nas alturas do Poder
Com  anjinhos goza!
E lá vão os anjinhos,
Nus ou mal vestidos,
Mal alimentados,
Em procissão pedindo pão
E frio no Verão
E calor no Inverno,  pois que,
Coitadinhos dos anjinhos,
Todos, em procissão,
Sentem em cada estação um inferno,
Mas, de quem os goza
Vem sempre celestial prosa
De ofertas de vidas cor-de-rosa
Nos jardins dos Paraíso,
Mas exigindo hossanas
As vezes que for preciso!
Coitadinhos dos anjinhos!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar

Silvino Taveira Machado Figueiredo
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