Ensaio sobre a velhice

A velhice... não está longe,
não está perto.
Não obedece a cronologias.
Não tem a cor grisalho-acinzentada,
nem rugas, nem doenças.
Apenas, tempo em desinência,
proclamador hirto da descrença
a lançar fagulhas e desilusão,
contra os peitos inocentes.
Se o espírito envelhece
no amargor da juventude,
perde-se na plenitude
desse imenso viver.
Recluso e pequeno,
vive a rastejar,
blasfemar, reclamar.
desgastar a essência
que nos faz sempre jovens.
A velhice está perto dos céticos,
desesperançados...
Perto dos pântanos
e das lamas morais.
Das mentes ígneas
e seus incêndios de insanidade.
Está perto da idade
Onde deixamos de sonhar.

São Paulo