Soneto da Conquista

Ora, não te apaixones ainda!
Pois necessito sofrer por amor,
Chorar o desprezo que dás ao valor
Do peito em que nossa união se pressinta.

Pára! Não te apaixones ainda!
Pois sei que resta a tua sentença
Olhando meus atos com indiferença:
Mulher cruel, desprezando o que eu sinta.

A vida me deve a dor das feridas
Que olhando em teus olhos eu consegui.
Por isso não pára! E nem suaviza:

- Não sabes que eu morreria sem ti?
Reparte meu peito co'a fúria precisa,
E amarga o vinho que outrora engoli!