Chamei-te Narcisa,
De tez morena praticamente intacta.
Poucas linhas voláteis como o elástico.
Seu largo sorriso de dentes tratados,
Teme ser revelado e reprimido.
Olhos amendoados d'água in vitro.
Ilustram o rosto quando retorcido,
Demonstrando os castigos d'alma,
Mergulham ás vezes no infinito
E de lá não querem sair.
Quando os lábios tremem desolados
Está a balbuciar uma prece entoada.
Para que Deus a liberte das aflições.
Ainda assim nela não há muita mágoa.
Pelos insucessos ou timidez marcada.
Somente o desejo de erguer seu corpo
De sensualidade gordurosa e explícita,
Abrir asas e voar em outras paisagens.
Narcisa esconde um segredo de vaidade.
Obrigada por me ler! Beijos.
Elisa Gasparini
© Todos os direitos reservados
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