Reconheço que mereço
do amor, amar...
e me dou
doando o que posso dar
num processo íntimo
de buscar o todo
onde nem uma ponta
consigo ainda alcançar...
Em meio ao dilema
de me rever
na poesia da vida,
no poema de me fazer parte
micro partícula
ou migalha
que ao se unir
faz-se saciar
não mais morrendo de sede
em frente ao mar...vou prosseguindo...
no processo
aprendo a nadar!
Engolindo água,
vomitando o eu
que se perdeu
estando perdido,
desmerecido,
desmerecendo,
o que nunca é sou meu...
Em processo de me processar
como parte do todo
como fragmento real no universo
invento versos
pensando atingir
na escassez do meu refletir
a importância
do verdadeiro amor...
do se fazer favor
ser mão...
ser "Doutor"
sem sermos diplomados...
de ser olhar,
ser gesto e ação
atitude e comunhão
de ser abraço,
ser perdão,
sermos
resignados!
E sonhando a vida
me vejo acordada
neste instante do agora
em que Rayara chora
enquanto também dorme
em meio ao pesadelo
dessa violência
da falta de clemência
da desunião...
alertando o meu eu
de que o amor se faz urgente
de que agente se esqueceu
do perdão,
do perdão...
E diante da madrugada
que por não ver
penso ser escura
a vida se reinicia
num eterno clarear
fazendo crer que nossa verdade
é questionável
vendo a transitoriedade
do momento
que só se fará sustento
se baseado no amor!
Então prossigo
conversando com Deus
tentando entender
o que ainda não se faz claro pro meu eu
pois que engatinho na estrada
do caminhar
mesmo assim
posso me alegrar
pois num passado próximo
me arrastei!
E, pode ser que novamente eu me arraste
que eu chore e me desgaste,
pode ser,
que novamente implore
o perdão
por eu não ter
perdoado
e erroneamente ter julgado...
mas eu sei,
que é esperado
que eu me levante
que eu prossiga
e siga avante
como filha de Deus..
e como irmãos,
evoluímos...
E chegará o dia
em que todos nós
pela força da comunhão,
na amplitude do perdão
nos faremos voar
alcançando toda estrada...
EM CASA .
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