Habito n um mundo mudo
Trombetas explicam os anjos
Que tocam clássicos, enquanto
flores dançam no ar
Desfaço-me em jardins
atapetados bordados com tom
degrade, vermelho sangue
escorre as pétalas soterrando
a alma que não cabe mais no corpo
São momentos que não sei como explicar
Que a alma deixa o corpo
E o mundo não cabe em mim
Vago pelas ruas repartida
Despedaçada pelas chagas
Os olhos não compreendem
O mundo de pernas pro ar.
Desgarrada de papéis amarelados
Já sou página em branco
Reescrevendo mudanças
No mundo que cabe em mim
Que já não é mudo
Grito, reajo
Levanto do chão
Porque o mundo se hospedou
Em mim.
São tantas as chagas no mundo
Caos assolando a humanidade
violência, desamor, corrupção
miséria, desigualdade social.
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