O que resta de quem fui,
hoje sou.
Me basta.
Trago a vida que construí
e aos tropeços vivi.
Não era tudo como queria,
mas o que pude ter.

Sou refúgio da saudade,
tiquinho de solidão.

Versos me alimentam.
Trazem pra perto nas rimas,
desejos do não vivido.
Nelas sempre me conto,
são tudo o que me fascina.

A vida que quero,
levo.

Meu desejo é tecer livremente
nos poemas que traço
o que trago na mente.
E mesmo que neles me perca
achando que tempo tenho,
tento enganar medo ferrenho,
de que bata à minha porta,
o contramão do existir.

Maria Isabel Sartorio Santos
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