A mulher que eu amei ficou no aroma
Que aspiro vagamente ao acordar...
Na espera inexplicável que me toma,
Olhando o cortinado levitar.
Na sombra vagarosa que retoma,
De modo delicado, o seu lugar...
Nas coisas sutilíssimas... na soma
De tudo o que compõe o nosso lar.
No enfeite contemplado com doçura,
Enquanto minha mão o acaricia...
Na luz consoladora que fulgura
Em sua cabeceira… tão vazia...
No quarto perfumado... na moldura
Que beijo soluçando a cada dia.
PAULO MAURÍCIO G. SILVA
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