Cela ao Mar

Sinto me na janela cativa de uma cela em frente ao mar. Onde só posso contemplar com minhas janelas da alma esta beleza rara. Sem poder tocar, cheirar, beijar, abraçar e amar. É como nadar, nadar e morrer na praia. É como amar, amar e não poder estar na gabaia.

 

Meu corpo está preso por uma pandemia, mas minha alma está solta por esta linda amiga e meu coração está radiante e tenro como um beija-flor. Pois é você meu diamante moreno e meu amor.

 

"No espelho destas águas vejo a face luminosa do amor"

No escorreito destas areias vejo a face vertiginosa do pendor.

No braseiro deste sol vejo a face brilhosa do ardor.

No cheiro deste ventos sinto a face libidinosa da flor.

No leito destas ondas percebo a face maravilhosa do clamor.

 

Irei te amar na aurora, com muita glória.

Irei te amar no crepúsculo, com muito orgulho.

Irei te amar no luar com muita dedicatória e te cultuar.

 

É como uma sereia que aparece de repente com sua voz de soprano com louvor, enfeitiça-me, hipnotiza-me e depois me afoga na foz do pranto do amor.

 

Nem o azul do mar e o azul do céu é mais lindo que seu brilho, seu sorriso.

 

"Quando eu mergulhei no azul do mar sabia que era amor e vinha pra ficar".

 

Naldson Ramos da Costa Júnior
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