ESPERA

Eu bato à tua porta
Mas sempre vou embora,
Pois tu não a abres.
Porém, não te culpo;
Talvez nem te lembres 
De onde está a chave.
 
Eu volto outro dia, 
E bato de novo
No nó da madeira...
Percebo o silêncio 
Desse nó tão tenso
Na tua vida inteira!
 
Um dia, eu espero,
Que o quarto vazio 
No qual te escondes
Seja derrubado, 
E a porta fechada
Se transforme em ponte.

Ana Bailune
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