O sol devaneia sobre as nuvens febris,
O éter saboreia inconsciente os astrais
Donde se sente a essência dos funerais
Que sepultam as estrelas ainda infantis.
 
Sobre as almofadas do espaço vagueiam
As ondas magnéticas invisíveis ao olhar,
Contudo ebúrneas cicatrizes estão a rolar
Perante a abóbada onde sonhos permeiam.
 
Enquanto no solo pálido a vida é revanche,
Os ventos sopram em verdadeira avalanche
Desnutrindo a natureza tímida que se cala...
 
Furtivas, as almas se fitam assaz pavorosas,
Escondem-se nos vagões das rosas libidinosas
E daí se extrai um perfume aziago de opala!
 

 
DE  Ivan de Oliveira Melo

Ivan de Oliveira Melo
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