Soneto para Vovô Terêncio

Quando o navio ancorou, na praia, de casa distante,
Mal despontava o sol, num mar que não conhecia
Do olhar saudoso pranto numa lágrima decorria,
Sonhos ainda infantis, morriam naquele instante.

Os pés descalços pousei, n’alva areia escaldante.
Precipitoso, argui no coração ardilosa euforia,
Ao pressupor a angústia que a vida me traria.
No pelourinho, no martírio das chibatadas constantes,

Num rompante da coragem, por clemência implorei!
Quando a (inevitável) morte, veio assim me alforriar,
Partindo os grilhões pungentes, enriqueci-me de liberdade.

Reverdecendo em nova paisagem, em um novo despertar!
Experimentei a grandeza de aquilatar a realidade,
Foi quando que, por encanto, com a luz de Deus me deparei!