Tempo de esperança

Em turbilhão, as partículas de frio dolorido
puseram-me o corpo a nocaute
e dormi sem sequer te ver.
 
Sonhei contigo e acordei à meia-noite,
apressado, com meu coração partido
de tanta saudade de você.
 
Tanta pressa pra voltar a dormir,
só para o sonho continuar,
e te ver com minhas mãos!
 
Tanta pressa pro tempo fluir,
só para nosso plano concretizar:
de ser de teu viver, a razão!
 
Entretanto, o tempo, em sua magnitude,
sequer nota minha tola ansiedade
de atropelar o arranjo da natureza.
 
E me surpreende com as vicissitudes,
que há entre distância e saudade,
ao me presentear com tua beleza.
 
Por isso, o consolo me acalma,
e meu espírito regozija de esperança;
e faz alvissareira minha alma,
o simples fato de viveres na minha lembrança.