De que adianta, você sumir da minha vista;
Se minha mente continua a lhe ver;
E meu alter ego tem seu apelido?
De que adianta, você pedir que eu não insista;
Se meu coração diz que vou lhe ter;
E a razão, não tenho mais ouvido?
.
Dentro de mim, não vive mais eu e nem o Salvador.
Meu nada e meu tudo se tornaram uno;
Minha bênção é minha maldição.
Não há mais distinção entre seu prazer e minha dor.
Sua satisfação é, agora, meu importuno.
Seu “encontrar” é minha perdição.
 
Eu não tento tirar você da minha vida;
Pois já sei que essa vida, agora, é sua;
E que não a terei novamente.
Minha alma, por você, foi liberta e possuída.
E como um animal que devora a carne crua;
Suas ações dilaceram minha mente.
 
Você é a personalidade que surge para arrasar.
O “outro” que assume o comando;
E deixa o “eu” na obscuridade.
Não consigo me afastar e nem me aproximar.
Fico como um bêbado, cambaleando;
Na escuridão da minha sanidade.

Marcelo Maia Gomes
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