Um dia eles sentem-se tristes sem razão
Sob o olhar das coisas da dura vida
A bondade torna-se distante, um vão
Entre Deus, seus desejos e o mundo
Um vazio a ser preenchido então
Por algo que eles não sabem definir...

E seguem sem rumo por seus caminhos
Insólitos, inesperados e escuros
Em busca de uma luz, um sinal, uma voz
Na loucura dos acontecimentos que se formam
Os olhos esbugalhados, assustados e sós
Os corações ocos, perdidos e expostos sem proteção...

De joelhos se encontram pedindo forças
Sem saber de onde vem, a luz se faz sublime e acalenta
As mentes que insanas se mostram agonizantes
Sedentas de amor, de um norte, uma solução
Necessidades humanas e crises loucamente existenciais
E uma mão sublime aponta uma direção...

O chão que pisam é irregular, terra batida, dolorido
Mas a força de acreditar que encontrarão a saída
Os fazem caminhar, mesmo nas dificuldades do percurso
E essas almas buscam um não sei o quê de Amor
Que é cada vez mais forte o quanto mais andam
Mesmo com os perigos, não desistem seguem em frente...

Eles rogam por água, comida e um pouco de descanso
Definham, mas seguem seu rumo mesmo sem saber aonde chegar
Com firmeza de espírito e fraqueza na carne, ainda resistem
Nem palavras conseguem proferir de tanta solidão e cansaço
Mesmo com tudo isso e sem tudo aquilo ainda de põem a andar
Na busca incessante da Bondade e do fim...

Que coisa é essa, que os tiram do lugar, os fazem caminhar?
Um tal sei lá das quantas que dá a louca e fixa esperança
De que no fim dessa estrada haverá um repouso, um regaço
Resposta meio vaga para àquilo que os faz persistir no trajeto
Mas pra ela não há outra definição melhor que eles possam expressar
Para esse caminhar pra Deus; para essa tal de FÉ...

(Data: 22/03/2006)