QUANDO ELA NÃO VEM

 
Olho para o papel
 E ele me devolve um olhar branco.
Passeio pela sala,
Um silêncio em cada canto.
Me sento, me levanto, nada!
Não desisto, no entanto.
Olhar pra cima não ajuda,
O teto também é mudo.
Neurônios reagem,
Realizam milhões de sinapses
Que, inutilmente,
Tentam criar algo novo do nada.
Ou, ao menos, transformar,
Visto que neste mundo
Nada se cria tudo se copia.
E assim foi-se o dia e a noite.
Quem sabe amanhã
Um pouco de poesia.

Jota Garcia
© Todos os direitos reservados