POEMA SEM DIA

Mãe,
que pobreza quererem que tenhas um dia!

Deram em lembrar-se das mães num só dia!
E dizem-se poetas, e fazem poesia
nesse dia, mas quantos poemas
feitos com versos de hipocrisia?!

Mãe, de certeza que não achas bem.
Tu que tiveste este teu poema;
este teu menino,
todos os dias após nascido!

Não, não acredites.

Qual dia da Mãe?
Qual carapuça?

Eu não distingo um dia, de todos os outros,
do amor que um filho a sua mãe tem!
Mas, pronto, quem não teve mais
já é bom que festejem num só dia.

Mas, entre nós,
tu sabes que estou sempre contigo!

Tu, não me vais ralhar
por, fora do teu dia,
de ti me lembrar?
Pois não?

Um xi coração.

Assina: teu menino poeta,
para ti sempre o melhor poema,
embora sem rima certa,
e sem dia de mãe,
porque teus são
todos os dias que minha vida tem!
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Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque

Gondomar-PORTUGAL

Silvino Taveira Machado Figueiredo
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