É no silêncio da noite que escrevo.

Quando somente o som da minha respiração ecoa.

A vela como uma bailarina estática dá o tom do papel.

Ao ver escorrer a parafina cintilante dotada do dourado do fogo, me lembro do brilho dos teus cabelos.

Dançando para o vento num charme de vai e vem.

Conduzo minha lembrança em você.

Percebo na vela o teu reluzir que seduz e fascina.

Dando vida e encanto em qualquer ambiente.

O perfume que exala eu sinto a quilômetros.

Regidos pelo ar vem o aroma da tua pele, que nem os lírios são capazes de imitar.

No clarear da chama é o teu corpo que me chama.

Trazendo para si o calor que sobe em mim.

Nesse êxtase em que me encontro vivê-la é o meu perfeito sonho.

Daí percebo que tua pele é meu manto, que cobre de amor esse sentimento sublime.

No escuro da casa a sombra da vela demarca.

Cravando em meus lábios o sabor do teu beijo.

Brotando em meu peito o desejo por ti.

Assopro a vela e te amo por fim! 

Carlos Eduardo Fajardo
© Todos os direitos reservados