<b><i><font color=verde>Puro fingimento

Puro fingimento
 
 
Somos puro fingimento
Fingimos o julgamento
Fingimos a punição
Assim prendemos ladrão
 
Vai hoje para a cadeia
Dela, ele já não receia ...
Sabe que quem o prendeu
Vai soltá-lo sem escarcéu
 
Dia das mães ou dos pais
De Natal e dos *haicais
Tudo é motivo de sobra
Pra dar liberdade à cobra
 
Esta saí, não volta mais
Fica escrito nos anais
Se acaso um dia voltar
Sua pena irá pagar !...
 
Entretanto a tal da pena
É pena que não tem pena
Porque não tem que penar
E se o cabra a puxar
 
Diminui pelo atalho 
A cada dia de trabalho
Permuta três de prisão
É trabalho de ladrão
 
Tem de ser dignificado.
Cá fora, é outro mercado
Tem salário espremido
Sendo ainda reduzido
 
Tributo previdenciário
Imposto de renda originário
No trabalho.Isso é legal ?
Pra ladrão, não tem Fiscal !
 
Pra quem derrama suor
Cumprindo o seu labor
São tantos os pagamentos
Pra eles não há fingimentos
 
O infeliz tem de pagar
Custe o quanto custar
Pra tal não tem argumento
Reforçar o orçamento
 
O qual, energúmenos
Desperdiçam de somenos
Em gastança esbanjatória
Que nos anais da história
 
Nunca apurado o fica
Ladrão, que nem cobra pica !
Nosso governo a acoitar
Pra mais poder roubar
 
Tem ladrão em toda esfera
Já os vimos na justiça
Na Câmera e no Senado
Tem ladrão por todo lado
 
Energúmenos somos nós
Pagamos, não temos voz
Pra por fim a bandalheira
Parece até brincadeira
 
Chego a pensar em verdade
Talvez a deslealdade
Seja a melhor solução
Já que sem fim, corrupção!
 
*Pequeno poema japonês, de forma fixa, constituído por dezessete sílabas distribuídas em três versos (5-7-5), sem rima.
 
Porangaba, 01/06/2013
Armando A. C. Garcia
 
Visite meu blog:

 
http://brisadapooesia.blogspot.com

ARMANDO A. C. GARCIA
© Todos os direitos reservados