Flores da Babilônia

 As janelas do meu lar se abriram.
Lá fora o nada...
As minhas flores morreram.
Foram cultivadas com muito amor e morreram no tédio do desamor. 
As poucas flores que restaram tornaram-se negras, exalando um aroma de enxofre.
Corvos sobrevoam o vasto jardim.
O sol negro surge vorazmente na vastidão daquele céu mórbido e obscuro.
O meu lago tornou-se turvo, um verdadeiro pântano. 
As árvores retorceram e morreram de forma subitamente coletiva.
Os beija-flores desapareceram.
Flores do meu jardim, jardim das minhas antigas flores. 
Adeus minhas pequeninas flores...
Triste fim do meu belo jardim.
O meu mundo está negro...
Tudo morreu!
O nada abduziu o meu existir...

Dhiogo J. Caetano
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