Escuridão. No fundo do espírito tudo escuridão.

Do ventre do nada, do escuro é que nasceu a luz.

Força criadora a qual rege-nos, pesa como uma cruz

E em tudo está presente, como o pulsar do coração.

 

Versos que refletem o vácuo de onde o todo nasceu.

Na vida, o seio da exuberância, na morte, a treva inicial...

Consoante a qual, as sombras da criação, não são o final

E tudo o que nasce de tal essência, não se pode dizer que morreu.

 

É com a máxima escuridão que escrevo este poema...

Toma conta de mim e impele, exige o tema

Mais profundo, mais gótico, menos sublime...

 

Dói e revela, revigora e esconde, em tudo s'exprime!

Cegueira que enxerga, viva, contínua... Maravilha e assombra...

Mesmo agora, as palavras deste texto são banhadas em sombra!