Um singelo e requintado sentimento que me estimula levemente a alma quase pura, com uma indulgente sensação chamada "TESÃO"!


Quando eu te li pela primeira vez (isso foi há tanto tempo eu acho, e completamente por acaso), primeiro eu me espantei: _Ninguém escreve assim!  
Depois rubor (eu era ainda um virgem trovador, recém iniciado nos prazeres poéticos e tampouco havia experimentado o orgasmo literário) por favor não confundam com orgasmo literal, pois esse é claro eu já conhecia (nem com tanta qualidade, mas já conhecia)...
Por fim tesão!  (pela primeira vez, lendo um texto requintado de extremo bom gosto e relevante valor literário, senti tesão, tesão, tesão...) um sofisticado, erudito e altamente virtuoso tesão...
 
Eu sou um poeta de sentimentos extremos e declarações extremas, sem “papas na língua,  muito menos nos dedos). Mas nunca escrevi assim.
Quero escrever assim;
Aprendi a escrever assim ( nunca igual a você). não cheguei nem perto da tua sofisticação e finesse.  Mas do meu jeito rude de homem simples, sem formação acadêmica, aprendi a coragem de colocar pra fora, o que fervilhava em minha alma.
 
E desde aquele dia, já se foram muitos calorosos e abrasados  versos ( nenhum deles pra você, ainda não tive essa coragem); e já se foi muito tesão (todos eles pra você que me mostrou o que é escrever com paixão ), mas sempre endereçados a outras...
 
No final, tudo se resume a isso.
Tudo termina exatamente onde começou.
Sempre que eu sinto aquele calor vernacular;
Sempre que me incorpora a poética libido;
É em você que eu penso...
 
 
Pronto, falei!!!

Meus olhos te viram triste
Olhando pro infinito
Tentando ouvir o som do próprio grito

E o louco que ainda me resta
Só quis te levar pra festa
Você me amou de um jeito tão aflito

Que eu queria poder te dizer sem palavras
Eu queria poder te cantar sem canções
Eu queria viver morrendo em sua teia
Seu sangue correndo em minha veia
Seu cheiro morando em meus pulmões

Cada dia que passo sem sua presença
Sou um presidiário cumprindo sentença
Sou um velho diário perdido na areia
Esperando que você me leia
Sou pista vazia esperando aviões

Sou o lamento no canto da sereia
Esperando o naufrágio das embarcações

(Vander Lee)
BRUNO
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