Em meus sonhos, vieste bela, pudica e perfeita

E mergulhei febril em oceanos negros e profundos de amor.

No final, nadei e sobrevivi, mas psicologicamente aniquilado e sem valor,

Pois convenceste-me que minha existência nunca seria aceita.

 

Os teus beijos vinham seguidos de palavras árduas e assassinas!

O calor de teu corpo antegozava o pior frio glacial!

Teus carinhos tocavam meu ego, mas destruíam minha espinha dorsal!

E desequilibrado, não mais ando, crente das minhas inexistentes sinas!

 

E sem palavras minhas, tu imprecaste as últimas injúrias!

Sempre calado, eu fiquei mais uma vez cego e mudo

E não sobrou espaço para medos, arrependimentos, mágoas ou fúrias...

 

Eu queria falar algo, mas nunca pude... Houve tanta contradição...

Nem sei dizer se neste sonho, no qual comecei com nada, perdi tudo,

Pois não se pode chamar de amor algo que se assemelha à passageira paixão.