Caçador sem caça.

 
Caçador sem caça.
 
Sozinho, sem idéia,
entre obras, procurei, em conhecidos autores,
o que expressasse, com carinho e sentimento
o que, em meu peito, carrego pela doce amada.
 
Acreditei em Carlos, que haveria saída.
Na pesquisa de belas seqüências verbais, pés e mãos, entrelacei.
Cambaleante, naqueles traços de Drummond, perdido e triste, fiquei a perguntar:
" E agora, José?" Onde procurar?
 
Achei Pessoa!
Devia ser grande, dividiu-se em quatro.
Mas, dos quatro, mesmo somados,
sentimento, qual o meu, não achei rabiscado.
 
Transtornado, Mendes Campos, revirei ...
Será ignorante meu simples pensar?
Não sei, mas sei que não soube amar ...
... não como amo.
 
Manuel! Esperanças, nele, depositei!
Levantei a bandeira com seu nome,
esbravejei aos quatro cantos da sala,
debulhei meu olhar em tuas palavras.
Decepcionado, tornei-me.
Vá-te embora pra Pasárgada! Manuel!.
 
Aquela capa rosada, logo denotava,
de traços delicados,
o doce caminhar das palavras de Cecília.
Mas, na essência de tuas escritas,
o brado que desejo, não achei forças para soltar.
Menos, foi no romantismo das veias de Melo Neto.
 
Onde está o amor que quero te dizer?
Qual monstro, em tua mente, surgiu forte amor assim,
violento, desconcertante, saboroso e excitante?
 
Inconsolável, fiquei.
Desapontado com tantos, também.
 
De encontro, fui, a belas palavras,
não tão belas quanto teus olhos mereçam.
De encontro, fui, a doces palavras,
não tão doces quanto queria te dizer.
De encontro, fui, a palavras que não encontro descrição.
 
Mas, até achar algo que te fales dessa força,
digo-te, de coração,
com palavras minhas,
te amo!