Que a morte não espante
O gosto da vida que tive um dia
E que ela venha tão silenciosa
Quanto o meu grito de medo
 
Na calma fúnebre de meus dias
Na alegria insana que não vivi
Nos monstros e fantasmas que criei
 
 Separando o riso e a dor
Em um andor de historias
Nas agonias que cheiro
Nos gritos que calo
 
O beijo da morte molha minha boca
Seca minha alma, apagando as luzes.
Tão sombria as fazes do mundo
Eu sou esse mundo... Imundo.

Que ela venha na madrugada chuvosa
No passo seguinte em um dia de sol
No grito de gol do meu time
Ou no regime que me esqueci de fazer
 
Que ela me afague!
Como quem sonha com a vida
 

Genival Silva
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