INFINITO
 
Sobre uma parte
do que sei, escrevo
e se não sei, me calo.
E do que escrevo,
uma parte eu nem sei,
e mesmo assim, às vezes, falo.
 
Sobre o que sinto
uma parte escrevo
pra tentar saber
o que de mim eu minto.
 
E nunca sei se escrevo
a parte que me cabe
do que sei de mim
e , às vezes, calo
pra fingir o que não sinto.
 
E sei que do que sei,
à parte, no que escrevo,
parte não me cabe
já que eu só pressinto.
 
E no que sinto deste pressentir
há o conflito entre o silêncio e o grito
transformando o poema
em linguagem de infinito.
 
1º Lugar – IV Varal de Poesias – Maringá-PR
Paulo Franco

Paulo Franco
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