Ah! que medo tenho de ir a frente
buscar os objetivos perdidos no tempo
demarcar as linhas, contornar as nuvens
de cada traço riscado em nossa face
rasgada pela víbora das épocas

Ah! que medo tenho de atingir o ápice
da vida que agora encerra-se tão prematuramente
pois vivo a cada anos decádas de sabedoria
sábio? não sou, apenas um aprendiz
que se inflama ao perceber que nada me resta.

Ah! que medo tenho de desistir
de sobreviver ao que chamam de "milagre"
ou de apenas me iludir esperando uma sentença favorável
sem um advogado capaz de me defender
das minhas próprias acusações.

Ah! que medo tenho de decepcionar a quem amo
registrar os pequemos momentos eternos
que para sempre ficarão guardados, Deus Sabe,
na memória do esquecimento.

Ao ponderar que nós não somos nada, sem o Criador.

Salvador,

Fábio Avanzi
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