Em Alto Rio Doce
Às margens do Xopotó
Minha vida era como o Alto Rio,
Doce, como ela, ela só!
Vida feliz de criança
Na fazenda da vovó
Tempo bom o que eu vivi
Às margens do Xopotó
De manhã, leite fresquinho
Com mel, no canecão
De dia, era só brincadeira
À noite, “casos” junto ao fogão
Brinquedos de coisas simples
Nada comprado, não!
Escorregávamos em qualquer barranco
Sujando todo o calção
Goiaba, araçá e manga
Lá havia de montão
No calor, banho na bica
No frio, de bacia e canecão
Passeios em carro de boi
Ou a cavalo _ manso ou trotão,
E para aumentar a alegria
Um “toque” de violão
Os amigos eram sinceros
Sem nenhum interesse não
O sol clareava o dia,
Lua e estrelas, a escuridão
De flores era o meu caminho
De gramas era o meu chão
Contente eu vivia a vida
Feliz era o meu coração
Não tinha medo de gente
Apenas de assombração!
Minha vida era só sonhos
Não havia qualquer frustração.
E toda vez que disso me lembro
Não consigo conter a emoção
Os olhos ficam cheios de lágrimas
Bate mais forte o coração
E na garganta um grande nó
Saudades dos tempos felizes
Na fazenda da vovó,
Saudades do meu velho amigo
Saudades do bom Xopotó.
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