Quando era criança, antes da mudança,
Tinha alguém a empurrar o meu baloiço,
Protegido, seguro pela mão de balança,
Alguém que sinto e que à muito não oiço.
Ouvir creio que é para o pensamento,
Tento seguir o que sinto no momento,
O que me é enviado pelo firmamento,
Também sou traído pelo entendimento.
Quando a minha mente impõem regras,
É quando o meu coração fica às cegas,
Fica descansado, mas fica às escuras,
Só na noite, triste, a sofrer de securas.
Quem deixa de seguir a sua intuição,
Vive com medo, a verdadeira questão,
É em quem é que confias, na solidão,
Ou no que quer tirar o tédio ao coração?
Lisboa...
Bruno Dias
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