O que adianta o céu estrelado
A lua brilhando para mim,
Se foste embora, meu namorado
Será que voltarás no fim...

Pode ser que esteja enganada
Ou então não quero ver
Que foste embora sem dizer nada,
Juro que não vou esquecer.

A guerra convida para seu banquete
De carcaças espalhadas no chão,
Foi embora, mais um combatente
Que retornarás num caixão.

De que vale agora viver
Se o que eu queria se foi.
Se a vida é só sofrer,
Quero morrer , depois.

O que sobrará no final dessa era,
A miséria, a fome nos espera.
Os mantimentos que tinham no armário
Se tornaram refeição de abutres desencarnados.

Morramos de fome ou esperemos
Para receber homenagens pós-guerra?
De que vale um pedaço de pano
Se corpos e almas , não mais estão?

E vós que foste junto,
De que vale a lua , a estrela,
O céu coberto de azul,
Se o que eu vejo é mancha vermelha na escuridão.

De que vale viver se você se foi
Sem querer estar, no local amaldiçoado.
Tratemos de conformar os vivos que ficam
E a morte , aos que lutaram , abraçá-los.

Luzyeny Sintz
29/12/2002