Na vida, 
muito tempo
fiz o que o outro quis.
Tive um viver que não era meu,
interpretei papéis.
Tentei agradar o mundo,
nem mesmo sei se agradei.

Todavia...
amei tudo o que fiz,
fui feliz.

Hoje, 
o outro,
agrado a grosso modo.
Faço o que quero,
o que dá na telha.
Vou desfiando seus desejos
desde que seja desejo meu.
Dando um jeito sem pressa,
sem pressão,
sem ferir,
sendo eu.

Se gostam,
desgostam,
que se resolvam.
Só sei que esse eu é de verdade.
Tal e qual brotei no ventre da minha mãe.
Atriz? Cansei de ser.

Maria Isabel Sartorio Santos
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